SANTA MISSA DOMINICAL
A MISSA PARTE POR PARTE
A missa é o culto mais sublime que
oferecemos ao Senhor. Nós não vamos à missa somente para pedir, mas também para
louvar, agradecer e adorar a Deus. A desculpa de que rezar em casa é a mesma
coisa que ir à missa é por demais pretensiosa! É querer fazer da reza
particular algo melhor que a missa, que é celebrada por toda uma comunidade!
Assim, vamos à missa para ouvir a Palavra do Senhor e saber o que o Pai fala e
propõe para a sua família reunida. Não basta ouvir! Devemos pôr em prática a
Palavra de Deus e acertarmos nossas vidas (conversão). O fato de existir
pessoas que freqüentam a missa, mas não praticam a Palavra jamais deve ser
motivo de desculpa para nos esquivarmos de ir à missa; afinal, quem somos nós
para julgarmos alguém? Quem deve julgar é Deus! Ao invés de olharmos o que os
outros fazem, devemos olhar para o que Cristo faz! É com Ele que devemos nos
comparar!
1. A missa é ação de graças
A missa também pode ser chamada de
eucaristia, ou seja, ação de graças. E a partir da passagem do servo de Abraão
pudemos ter uma noção do que é uma oração eucarística ou de ação de graças.
Pois bem, esta atitude de ação de graças recebe o nome de berakah em
hebraico, que traduzindo-se para o grego originou três outras palavras: euloguia,
que traduz-se por bendizer; eucharistia, que significa gratidão pelo dom
recebido de graça; e exomologuia, que significa reconhecimento ou
confissão.
Diante da riqueza desses
significados podemos nos perguntar: quem dá graças a quem? Ou melhor, dizendo,
quem dá dons, quem dá bênçãos a quem? Diante dessa pergunta podemos perceber
que Deus dá graças a si mesmo, uma vez que sendo uma comunidade
perfeita o Pai ama o Filho e se dá por ele e o Filho também se dá ao Pai, e
deste amor surge o Espírito Santo. Por sua vez, Deus dá graças ao homem,
uma vez que não se poupou nem de dar a si mesmo por nós e em resposta o homem
dá graças a Deus, reconhecendo-se criatura e entregando-se ao amor de Deus.
Ora, o homem também dá graças ao homem, através da doação ao próximo a
exemplo de Deus. Também o homem dá graças à natureza,
respeitando-a e tratando-a como criatura do mesmo Criador. O problema ecológico
que atravessamos é, sobretudo, um problema eucarístico. A natureza também dá
graças ao homem, se respeitada e amada. A natureza dá graças a Deus
estando a serviço de seu criador a todo instante.
A partir desta visão da ação de graças começamos a perceber que a Missa
não se reduz apenas a uma cerimônia realizada nas Igrejas, ao contrário, a
celebração da Eucaristia é a vivência da ação de Deus em nós, sobretudo através
da libertação que Ele nos trouxe em seu Filho Jesus. Cristo é a verdadeira e
definitiva libertação e aliança, levando à plenitude a libertação do povo judeu
do Egito e a aliança realizada aos pés do monte Sinai.
2. A missa é sacrifício
Sacrifício é uma palavra que possui a mesma
raiz grega da palavra sacerdócio, que do latim temos sacer-dos, o
dom sagrado. O dom sagrado do homem é a vida, pois esta vem de Deus. Por
natureza o homem é um sacerdote. Perdeu esta condição por causa do pecado.
Sacrifício, então, significa o que é feito sagrado. O homem torna sua vida
sagrada quando reconhece que esta é dom de Deus. Jesus Cristo faz justamente
isso: na condição de homem reconhece-se como criatura e se entrega totalmente
ao Pai, não poupando nem sua própria vida. Jesus nesse momento está
representando toda a humanidade. Através de sua morte na cruz dá a chance aos
homens e às mulheres de novamente orientarem suas vidas ao Pai assumindo assim
sua condição de sacerdotes e sacerdotisas.
Com isso queremos tirar aquela visão negativa de que sacrifício é algo
que representa a morte e a dor. Estas coisas são necessárias dentro do mistério
da salvação, pois só assim o homem pode reconhecer sua fraqueza e sua condição
de criatura.
3. A Missa também é Páscoa
A Páscoa foi a passagem da escravidão do Egito para a liberdade, bem
como a aliança selada no monte Sinai entre Deus e o povo hebreu. E diante
desses fatos o povo hebreu sempre celebrou essa passagem, através da Páscoa
anual, das celebrações da Palavra aos sábados, na sinagoga e diariamente, antes
de levantar-se e deitar-se, reconhecendo a experiência de Deus em suas vidas e
louvando a Deus pelas experiências pascais vividas ao longo do dia. O povo
judeu vivia em atitude de ação de graças, vivendo a todo instante a Páscoa em
suas vidas.
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